quarta-feira, novembro 29, 2006

E porque nem só de musica vive o Homem...

Esperar por ti é como se fosse sempre

é quando encostas a fronte no meu peito
que te sinto como se fosses minha

é quando os cabelos que te tapam as ideias me tocam
que te sinto como se fosses minha

é quando te sinto como se fosses minha
que se sinto como se fosses minha

e tenho vontade de te ver
passar
mal
por minha causa
por tua causa
por minha casa
por tua cara
por minha cama
por nossa chama
chama por mim

espero
ao pé de ti
aos pés de ti
aos lábios de ti
esperar
contigo em mim amor
espelhar
contigo em mim amor
espalhar
contigo em mim amor

vou ganhar-te
porque sim
vou ganhar-te
porque não
há nada
para além do seu

não
que amor és tu!

não há nada para além do céu

em que te deitas nua e linda

e toda nua
e toda linda

Vestida só com seios
e lábios
e cabelos

espera

por nós
por noz
como uma
casca
que sempre encerra dois cérebros
espera
por nós os dois
nós dois
nós dói
nós dorso

o teu dorso em que me encosto e durmo

no sossego
nu só cego
nu só sigo

mas ainda assim és minha
és como se fosses minha



JOÃO NEGREIROS


Liliana, Marisa e Olga

Prendinha para o chefinho!

Como recompensa para o chefinho que nunca deixa parar este blog decidimos, nós próprias sem ajuda e correcção de ninguém , fazer este post que se encontra isento de qualquer tipo de classificação em vigor a partir do dia 1 de Dezembro no ComumOnline.

Aqui vai a nossa sugestão apetitosa para esta semana:

Citando alguém: "É girissímo".

Assinado: Liliana, Marisa e Olga

segunda-feira, novembro 27, 2006

de cesariny: autografia

Sou um homem
um poeta
uma máquina de passar vidro colorido
um copo uma pedra
uma pedra configurada
um avião que sobe levando-te nos seus braços
que atravessam agora o último glaciar da terra

O meu nome está farto de ser escrito na lista dos tiranos: condenado
à morte!
os dias e as noites deste século têm gritado tanto no meu peito que
existe nele uma árvore miraculada
tenho um pé que já deu a volta ao mundo
e a família na rua
um é loiro
outro moreno
e nunca se encontrarão
conheço a tua voz como os meus dedos
(antes de conhecer-te já eu te ia beijar a tua casa)
tenho um sol sobre a pleura
e toda a água do mar à minha espera
quando amo imito o movimento das marés
e os assassínios mais vulgares do ano
sou, por fora de mim, a minha gabardina
eu o pico do Everest
posso ser visto à noite na companhia de gente altamente suspeita
e nunca de dia a teus pés florindo a tua boca
porque tu és o dia porque tu és
terra onde eu há milhares de anos vivo a parábola
do rei morto, do vento e da primavera
Quanto ao de toda a gente - tenho visto qualquer coisa
Viagens a Paris - já se arranjaram algumas.
Enlaces e divórcios de ocasião - não foram poucos.
Conversas com meteoros internacionais - também, já por cá
passaram.
E sou, no sentido mais enérgico da palavra
na carruagem de propulsão por hálito
os amigos que tive as mulheres que assombrei as ruas por onde
passei uma só vez
tudo isso vive em mim para uma história
de sentido ainda oculto
magnífica irreal
como uma povoação abandonada aos lobos
lapidar e seca
como uma linha férrea ultrajada pelo tempo
é por isso que eu trago um certo peso extinto
nas costas
a servir de combustível
é por isso que eu acho que as paisagens ainda hão-de vir a ser
escrupulosamente electrocutadas vivas
para não termos de atirá-los semi-mortas à linha
E para dizer-te tudo
dir-te-ei que aos meus vinte e cinco anos de existência solar estou
em franca ascensão para ti O Magnífico
na cama no espaço duma pedra em Lisboa-Os-Sustos
e que o homem-expedição de que não há notícias nos jornais nem
lágrimas à porta das famílias
sou eu meu bem sou eu partido de manhã encontrado perdido entre
lagos de incêndio e o teu retrato grande!

domingo, novembro 26, 2006

Reunião (Geral) de Redacção

Terça-feira, 28/11, reunião de redacção.
A partir das 13h00.
Ponto de encontro, CP I, sala do Gacsum.
Com descaramento: sejam pontuais, diz o director.

terça-feira, novembro 21, 2006

( )

Já vos falei no arrepio enternecedor que é abrir as mãos à música? Na doçura dos movimentos e dos abraços? Na carinhosa paixão que se desenfreia umbigo fora? Na beleza das coisas simples?
Pois, tem este aspecto:












( ), Sigur Rós (2002)

segunda-feira, novembro 20, 2006

Sugestão do dia: V for Vendetta

















V for Vendetta, James McTeigue (2005)

Brilhante estreia de McTeigue, antigo assistente dos irmãos Wachowski na saga "Matrix". Quem perdeu nos cinemas, não o pode perder em DVD.

segunda-feira, novembro 13, 2006

Sugestão do dia: Antony and The Johnsons












I Am a Bird Now, Antony and The Johnsons (2006)

Porquê? Porque o concerto - único - no Theatro Circo foi brilhante. Depois porque é, provavelmente, o melhor disco a sair da Nova Iorque de Woody Allen. Delicioso.